Com um sítio de seis alqueires situado na estrada Bela Vista, no município de Alto Paraíso-PR, o casal Paulo Silveira Faria e Eunice Silveira Faria aprendeu com as dificuldades do campo a forma de como produzir renda em uma pequena propriedade rural. A solução surgiu com o empreendedorismo e a diversificação de culturas.
Hoje a família Faria colhe café, realiza o ciclo completo do boi de corte, além de transformar produtos produzidos na propriedade para agregar valor. Mas nem sempre foi assim, a história de Paulo e Eunice começou há 50 anos, na mesma propriedade e segundo o agricultor, foram anos de trabalho e muitos erros para chegar até a sua fórmula de sucesso. “Trabalhamos todo dia, não tem feriado e nem fim de semana. Mas trabalhamos felizes, pois gostamos do que fazemos. Hoje nossa renda dá e sobra, mas antes não tinha nem para pagar a luz”, disse.
Em meados de 1990 o casal perdeu tudo, pois investia apenas no café. Naquela época, a nematoide arrasou o cafezal da região e Paulo e Eunice se viram com poucos recursos. Mas a vida levou a família Faria rumo ao futuro de toda pequena propriedade: a diversificação das culturas e o processamento dos produtos, visando agregar valor no final. “O período de transição é triste e muito difícil. Tentamos o bicho da seda, mas não deu certo. Não tinha dinheiro nem para pagar a conta de luz. Foi quando meu filho começou a vender na cidade o que produzíamos no campo. Neste período iniciamos o investimento no gado e na transformação do que a terra nos dava”, explicou Eunice.
Hoje além de realizar o processo completo na cadeia do gado de corte, com 12 cabeças por alqueires, o café voltou para a vida do casal. Com dois mil pés de café irrigados, Paulo Faria espera colher 50 sacas neste ano. “Eu gosto do café. Quando estou no meio do cafezal não me vejo trabalhando, mas não posso investir apenas no café. Meus parentes até lutaram para me levar para Minas Gerais, mas aqui eu tenho mais opções de cultura, não fico preso a uma só plantação”, explicou Faria.